Cidade tombada de
Myth Drannor. Destino Mestre Castelão do Forte das Armas,
Cordilheira da Espada
Caro Mestre Castelão:
Eu estava me
acostumando com "Flagelo de Vorbyx"... Mas quando se
destrói um dracolich, É fácil ofuscar feitos anteriores.
Certo, eu não combati
diretamente o monstro, mas ele deixou exposta a filactéria...
... E certo, eu não
destrui eu mesmo a filactéria...
Bem, melhor explanar
cronologicamente. Temos grandiosos arquitetos em nossos ancestrais.
Logo, sabe-se que as maiores torres são impressionantes por toda a
rocha ao seu redor, mas um espigão mestre é o singular responsável
por elas alcançarem as nuvens!
... E pensando bem,
meu clã não possui laços sanguíneos com os fundadores, logo,
tecnicamente não tem arquitetos em meus ancestrais...
Senão, vejamos:
Depois da incompetência do ninja falhar em despistar os lobos
atrozes - não que esteja reclamando. Eu realmente gosto de esmagar
monstros - chegamos a uma floresta... Mais para um bosque, um pouco
mais que uma praça. Suas raízes altas dificultavam a visualização,
e uma névoa rosada envolvia todo o bagulho.
Decidi mandar Solomon
como batedor - bem, não foi exatamente "eu" que tive a
iniciativa - para, sei lá, ele ser útil. Estava cansado de carregar
o time nas costas.
... Tecnicamente
falando.
O ninja seguiu com ele.
Sumiram no mato e permaneceram lá alguns minutos. Quando começávamos
a planejar um acampamento, Solomon regressa sozinho, e com uma
mensagem:
- Faylar avistou algo.
Parecia sério...
- Local, criatura ou
objeto? - perguntei.
- Eu não sei.
O prestativo Solomon
nos informou, tecnicamente falando, que o ninja não é cego.
Para o bastardo mandar
o garoto retornar em silêncio, deve ter avistado alguma criatura.
Assim, ordenei que retornasse ao ninja e que se posicionassem
cercando o adversário. Nosso grupo iria investir frontalmente, e a
criatura estaria desguarnecida contra o ataque sorrateiro dos dois.
Soube posteriormente
que Faylar obedeceu "minha ordem". É bom quando o ninja
aprende a respeitar seus superiores. A má notícia é que nosso
confuso cadete não explanou tudo com detalhes, e nosso grupo
avançado não se posicionou.
Dado o tempo,
investimos. Chegamos a ver um vulto no lombo de um cão grande de
montaria. Foi a última coisa que vi até que a maldita floresta se
ergueu inteira e tentou me imobilizar. O vulto e o cão sumiram, e nós
precisamos sair da mata viva. Perdemos nosso alvo.
Reagrupamos enfim.
Depois de nossa busca, não achamos nem o cão nem nada que pudesse
ser chamado de templo. Foi quando "Richa", o/a humano
transformista que nos segue lembrou que elfos transformam florestas
em templos.
Dois elfos... DOIS
ELFOS... e nenhum deles diz nada?!?
Mas sinceridade...
Haja baixa renda não colocar uma capelinha sequer para marcar!
Agora ciente do que
procurar, achamos um musgo colorido e que brilhava no escuro. Seria o
"altar" deles... (Francamente, meu senhor...). Tinha gosto
de casca de madeira e terra molhada. Mas tinham propriedades
curativas. Não senti nada... Mas devo dizer que evacuei mais
fluidamente.
Passamos a noite lá.
Deixei os meus subalternos de guarda. Senti falta do Humano aquela
noite... Estávamos num lugar esquisito que nos atacou e tinha um
adversário oculto nas sombras. Nenhum deles parecia ter meios para
rastrear o inimigo. Humano iria para o mato e voltaria com um
deles... E um coelho assado.
Com os primeiros raios
de sol, Malostroy retornou ao nosso convívio. Ele informou que foi
arrumar um guia para nós, e nessa hora surgiu um gnomo montado num
mastim armadurado. Era um druida, o mesmo que nos atacou na tarde
anterior... Tecnicamente, nós atacamos, e mais tecnicamente ainda,
EU, já que Solomon não se posicionou com Faylar.
Seu nome era Aryollo.
E ele tinha doninhas assadas. E as entregou sem encher o saco. Ainda
assim não fui com a cara dele.
O tampinha não
confiava em Malostroy. E o fato do cetro que estávamos levando para
o castelo ser o ítem final do ritual indicava que talvez o
desgraçado estivesse trabalhando na Ordem, e não contra ela. Pontos
relevantes... Que eu levantei quando tínhamos as runas de entrada.
Isso indicava que ele era mais esperto que Faylar, o Bárbaro, e
Solomon. Certo, que não era um grande feito, mas...
O Bárbaro pensava em
como conseguir dinheiro.
Este ponto de Gatts me
fez ver a situação da seguinte forma: Se saíssemos com tesouros,
eu iria ter direito a meu quinhão. Se saíssemos SEM tesouros ou se
não saíssemos, eu veria o coração partido do brutamontes. Creio
que valeria a pena morrer por isso.
Enfim, para a grande
novidade: O meia-coisa anunciou que se a batata estivesse muito
quente, ele iria nos abandonar e salvar a própria pele... E ele
falou como se fosse alguma novidade. Solomon faria isso se a batata
estivesse MORNA! Faylar já teria corrido, e levado a batata!
O castelo, então.
Os séculos que
Malostroy acumulou com sua vida élfica e depois como um morto-vivo
além das amarras do tempo não serviram para o desgraçado aprender
a desenhar. Mas o que ele pode transcrever deixou claro uma coisa:
Estávamos entrando em um forte. No coração do forte, um dracolich.
Entre nós e nosso alvo, cem soldados.
Isso era bom! Armadas
amplas são despersonalizados. Qualquer disfarce bastaria para
passarmos desapercebidos. Se fosse só o dracolich e um soldadinho
com um pau na mão, nossas chances de triunfo seriam as mesmas.
Tracei um plano-base:
O grupo disfarçar-se-ia de membros habitantes do forte, quando
desse, copiaria algum lugar-tenente para poder ter acesso a zonas
mais isoladas e rearranjar as defesas liberando as rotas de fuga
apontadas por Malostroy. Fiz planos "B" e "C"
para as possibilidades que deu para antever pelo parco conhecimento
do "lich do bem". Todos reclamaram da demora. Eu, no
entanto, bem sei o problema que é não estar esperando o inesperado.
O Halfling ia invisível com seu cão, já que era mais difícil
disfarçar.
O disfarce funcionou
perfeitamente. Ao nos aproximarmos, vimos que reforçando as defesas
de cultistas e soldados, um bando de homens-dragões voavam ao nosso
redor. Verificaram quem éramos à distância, mas não nos
incomodou.
Solicitamos acesso aos
guardiões das muralhas e não teve grandes inquéritos. Tudo corria
bem.
Mas ao chegarmos nas
escadas, um sentinela nos barrou e perguntou o que íamos fazer lá
embaixo. Eu tinha antevisto essa possibilidade e tinha forjado um
documento e uma desculpa. Mas o rapazote não pareceu engolir. Então,
Nyn decidiu falar. Não sei se o fato dele ter a voz de uma garota de
13 anos ou ser cheio de dedos para falar com um soldado turrão, mas
isso deu ao miserável certeza de que não éramos quem dizíamos
ser.
O sentinela mandou um
enviado chamado "Lúcio" para consultar a chefia. Decidimos
apostar tudo naquela ficha... Se o "chefe" mandássemos
entrar para explicar, teríamos ao menos saído do pátio interno, e
não teríamos problemas com reforços inimigos.
Mas antes de tudo mais, o ousado halfling surgiu nas escadas, vestido de cultista, e
ordenou que entrássemos. Deduzi que ele aproveitou a confusão que
fizemos e adiantou-se para derrotar Lúcio e garantir nosso acesso.
Gostei da iniciativa, mas o baixinho estava sendo petulante!
Uma vez lá embaixo,
usei o chapéu dos disfarces para me passar por Lúcio. Agora
tínhamos um soldado com certa liberdade de locomoção e acesso aos
andares inferiores.
No andar interno,
alcançamos a passagem que dava na filactéria, presa em uma gaiola
de ferro. Lá, dois conjuradores e dois homens-meio-dragão. Não
parecia desafio, mas o problema eram as cavernas do norte, onde
ficava o miserável Dracolich... Bem como um alarme encheria aquele
lugar em dois tempos com 100 soldados.
Plano Básico: O Ninja
era versado em arcanismo e podia lançar invisibilidade em si mesmo.
Ele se esgueiraria até a filactéria e a atacaria uma vez que
movêssemos os inimigos de guarda, conjurando em um local remoto uma
distração. Comecei a traçar um "plano B", mas aí os
baderneiros riram.
Bem, o que dizer? É
chato estar certo.
O ninja andou alguns
metros e sua máscara caiu. Todos estranharam a destabanação por um
momento... Então, Aryollo fez sua parte... Conjurou criaturas
mágicas nos arredores para dispersar o bando...
... Bem, ao menos
tentou.
Aquela sala tinha zonas
de magia morta exatamente onde os dois se concentraram.. Tudo o que eles fizeram foi frustrado
instantaneamente.
E não tinham um "plano
B".
Partimos então para a
violência descerebrada, nossa única opção.
O salão em que nos
encontrávamos era repleto de plataformas e pontes, limitando nosso
avanço, mas os dragões voavam sem restrições. Vieram direto em
mim - o mais poderoso do grupo, obviamente - e tentaram me fincar no
chão com lanças. Nyn foi brilhante e usou de área de silêncio
para impedir os arcanos de conjurar ou chamar ajuda... por enquanto.
Faylar aproximou-se. Solomon tentou liquidar à distância um dos
conjuradores. O bárbaro tomou a dianteira para uma aproximação.
Já com o susto
desfeito, Aryollo teve sua chance de lançar suas bestas na zona da
filactéria. Eu fiz os dragões debandarem, e os covardes procuraram
os alvos mais fracos - Solomon e Nyn. Um dos conjuradores escapou do
silêncio e berrou por “Palendralar”, o Dracolich... Nosso tempo
estava acabando.
Fiquei para trás,
para salvar os companheiros recuados. Deixei que os outros cuidassem
da pedra. Nesta, uma bola de fogo explodiu e quando eu vi, um dos
conjuradores e as bestas de Aryollo estavam mortos. Faylar e Gattz
foram queimados. Mas eram muitos contra um só.
Eu e Solomon
segurávamos os dragoezinhos. Um ruido aterrador vinha da caverna
norte. Nyn salvava-se a si mesmo da morte pelos golpes que recebeu.
Assim, ao derrubar o último mago, Faylar e Gatts destruíram em um
clarão de luz a peça essencial ao Lich.
O cadáver de 9 metros
de carne putrefata surgiu já se desfazendo. O imortal cuspidor de
fogo estava morto. Triunfamos!
Como falei, minha
mente e meu desprendimento, bem como minha humildade levou o grupo à
vitória. Assim, tecnicamente, eu matei o dragão também!
Opa... ainda tem
dragonatos aqui para eliminar. Termino em breve.
Tholen Hammertower,
Flagelo de Vorbix, e matador técnico de dracoliches.
Neste ínterim (entre esta carta e a próxima) o narrador Márcio decidiu guiar uma campanha de furry futurista 3d&t. Eu presenteei com um "Brigada ligeira Estrelar", e mostrei conceitos que eu pretendia usar ... Tudo pna esperança de, bem, não ser um bichinho fofinho.
ResponderExcluirQuando vi que isso era impossível, eu entrei "coincidentemente" num Sabático RPGístico. Só passou quando "coincidentemente" voltamos à Campanha do Mar da Lua, e pude continuar com Tholen.