quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Carta 012

Armadura Negra.
20 de Elesias

Vale das Sombras,  com o portador, destino Mestre Castelão do Forte das Armas, Cordilheira da Espada

Caro Mestre Castelão

 Este que segue e traz minhas cartas é Mahal Heavyheart, um representante dos sobreviventes de Tethyamar. Financiei sua viagem, e recomendo que ele seja livre a viver em nosso forte. Que vossa torre verifique que foi outrora aprendiz do finado sacerdote Talltate. O jovem é honrado e letrado, poderá passar à frente a história dos dias de glória de Tethyamar.

 Isto dito, mesmo que me caia um relâmpago no momento seguinte ao selamento da presente carta, considera-se que minha missão natal foi cumprida. Mas creio que há mais que possa fazer, e ainda há muito que deixei inacabado em prol de maiores urgências. Almejo tomar no mínimo um dos redutos de Vorbyx antes de sequer cogitar voltar para meu lar. E ainda tem muitos jurados de morte que não tive a oportunidade de encerrar.

 Havia hesitação no sucesso de munha última missão. Era eu, um humano precavido, dois elfos, e duas crianças. Somente o sacerdote Talltate parecia homem de combate, mas nem mesmo a sintonia tinha para com ele.

 Não poderíamos ignorar os reféns, mas estava disposto a por minha vida pela chance... Mas não podia fazer o mesmo pelos elfos e pelos humanos. Se tudo fosse mal, eu deveria cobrir a fuga, e Talltate deveria ser levado á segurança. Ele era o único capaz de contar a história daquela comitiva.

 Mas de forma estranha, Nouredin trabalhou as tramas do destino. Viajamos tanto que perdemos a localização. Já havíamos atravessado o Velho Crânio. A fortaleza dos Drows era mais próxima a uma saída na face oposta a Shadowdale do que na direção da Torre de Ashaba. E as atividades funestra dos elfos de pele escura atraia a investigação de dois outros aventureiros.

 O primeiro, Ryder Longsword, paladino. Bem, humano com uma armadura, e capaz de usar uma peça de metal de mais de um metro... Sendo um defensor da justiça, não iria ignorar um apelo à justiça.

 O outro, um Gnomo. Rir Copperfield. Não tenho nada contra Gnomos em regra - apesar do incidente na caça ao javali de Elventree - E o pequeno, embora quase tão covarde quanto Solomon ou Faylar, obedecia.

 Eu não estava em posição de negociar com os deuses. Deveria servir.

 Partimos para a missão. Apesar do tamanho, Rir era particularmente versado em ilusionismo. Poderia nos ocultar o bastante para estudar nossos inimigos. Infelizmente, nosso plano de mandar o elemento furtivo do grupo - Faylar - não podia seguir em frente. A ponte levadiça exigia quatro pessoas para operar, Segundo Nyn.

 Considerando que era Nyn falando, provavelmente dois anões bastariam. Mas de qualquer forma, Faylar não poderia ir sozinho, e eu não poderia saltar o fosso de lava, nem esgueirar sem dar alarde na fortaleza. Tivemos que nos contentar em esperar que eles baixassem a ponte, na esperança de um ataque rápido tomar o castilho do pórtico.

 A ponte cedeu. Um grupo de busca drow bem armado, com camisões de mytral, já indicava que aqueles eram guerreiros de verdade, e não os saqueadores que esbarramos ao longo das estradas. A ilusão de Rir nos manteve até que a ponte baixasse, mas não muito depois fomos flagrados, e houve a primeira peleja na ponte mesmo.

 O talento dos drows mostrou-se terrível nos primeiros embates. O paladino humano alcançou-os logo, mas não conseguia superar seus inimigos. Mas uma vez que Tholen da Torre do Martelo juntasse-se á batalha, os malditos servos das aranhas começaram a cair. Tivemos bom apoio dos elfos e de Rikka, a atacar à distância, e Solomon buscava meia distância... mas vocês querem mesmo saber como os outros lutaram?

 Com a ponte livre dos quatro soldados, confrontamos os sentinelas no Castilho Eles dividiam-se entre os que estavam no segundo piso, com arcos, e os que permaneceram no piso térreo. Mas imaginava que um forte daquele tamanho teria maior contingente. Deveria apressar-me em conquistar o terreno.

 Talltate me seguiu. Lutou como um verdadeiro anão, mesmo contra guerreiros mais experientes. De posse do Martelo de Vorbyx, ele conseguiu desferir o golpe mágico do senhor original do artefato, e destruir um dos inimigos, fazendo ressoar o trovão. Que aquele feito conste de suas memórias.

 A luta foi feroz. Os Drow estavam mirando em nossos elos mais fracos, e quando tomei o pórtico interno, precisei sari para acudi-los Foi uma ideia infeliz.

 Talltate deveria vigiar a nossa posição frontal, mas do mezanino do castilho, os drows avançados, ainda não fora de combate, lançaram-se em queda contra o sacerdote. O honrado lutador caiu.

 Regressei á posição que não deveria ter saído, e com fúria vinguei o companheiro caído. Aquele incidente infeliz nos deixou num momento vulnerável Um momento em que eu temia quando começamos a planejar o ataque... Mas havia chance da testemunha de Tethyamar estar morto.

 Os demais senhores do Forte surgiram. Pelo menos dez, todos de Mitral, exceto dois. Um sacerdote da deusa-aranha, e um arcano. Solicitei que Nyn tentasse ajudar Talltate, mas sequer ouvi a resposta. Avisei a Solomon e aos magos que o arcano inimigo era o mais perigoso daquele grupo, e que deveria ser derrubado o quanto antes. Coube a Faylar a missão de assassinato.

 Mas tínhamos que mostrar força, garantir o castilho, e proteger os reféns. Já víamos que um covarde ficou para trás, e torturava a barba de uma criança, enquanto ameaçava descer o peso de um engradado de pedras sobre reféns engaiolados.

 Tentei avaliar a coragem dos Drows. Eles iriam até o fim em seu ataque... Então começou a luta.

 Faylar foi brilhante. Aproveitou que entrincheiramos o castilho para se infiltrar no meio dos inimigos e atacou o mago. Foi lindo ver o covarde oscilando o equilíbrio e berrando: "Estou envenenado". O bastardo estava com um pé na cova, mas não antes de nos fazer um estrago.

 Ele lançou uma bola de fogo dentro das paredes do castelo. A chama espalhou-se. Eu estava do lado de fora, pude me abrigar do pior, mas aquele único golpe feriu todos os meus companheiros. E provavelmente matou Talltate.

 Mas das chamas, emergiu Lyna. Lembra dela? A elfa que ficou com a espada com chamas? Não sei onde ela esteve todas estas semanas, ou o que ela fez com o limítrofe Tarlok, mas era uma poderoza aquisição. Ela liderou o contra-ataque, seguida por Rikka em bolas de fogo, e completada com mísseis da varinha de Rir.

 O Martelo de Gelo voou. Humano avançou. Mesmo cercado e ferido, Faylar terminou sua missão e assassinou o arcano. Ele era uma sombra errática no campo de batalha, e um a um, os guerreiros Drow e sua bela armadura de Mytral caíam ensanguentados.

 O sacerdote deles tentava reanimar os que estavam a seu alcance. Tentava imobilizar magicamente o paladino Longsword, fracassando miseravelmente Lyna, sagazmente, o tirou de ação com uma magia escorregadia, simples mas eficaz.

 Humano foi covardemente cercado pelos bandidos que estavam crentes que eu não ousaria ir atrás deles, e que manter-me-ia na posição recuada. Ah, como são tolos. Com nosso contra-ataque, eles não eram mais numerosos o suficiente para galgar a vitória. Eu parti com fúria vingadora. Juntei os últimos ao meu redor, e não cedi um milímetro. Derrubava os perversos combatentes com aço e gelo.

 Um último, o que ameaçou os reféns, permanecia estático com a covardia. tentou cumprir a ameaça, mas o pequeno Nyn, aquele brilhante pequeno elfo, mostrou que há outros meios e humilhar inimigos que seja vertendo-lhes sangue.

 Acho que foi um "feitiço de peido". Ficou impossível para ele fazer qualquer coisa a não ser se afastar da fonte do cheiro, que era a corda.

 Quando derrubei o último Drow combatente, Ryder partiu na direção do chantagista. Novamente chegou primeiro que eu, o que provavelmente salvou a vida do criminoso, pois se fosse eu, não ouviria seus apelos tristes.

 O drow falou que trabalhava para o arquimago Kurastan. Ele nos provocava insinuando que seu senhor era poderoso, e estava em um laboratório seguindo. Que o seu mestre acabaria com todos nós. Os anões - quarenta ao todo - confirmaram que havia um mestre daquela fortaleza de horrores, e estavam incitados a cuidar do covarde... Mas eu olhei o resto do grupo, ferido com os guerreiros de alto nível e a bola de fogo do mago. Olhei o corpo caído de Talltate... Apenas um morreu, mas já eram vidas demais perdidas. Não duvidei do nosso triunfo, mas não tinha como garantir a vida dos meus companheiros e as preciosas vidas dos reféns. Decidi encerrar a jornada.

 Haviam muitas armaduras de Mytral, mas o sacerdote Drow vestia uma armadura completa mágica de Adamantite! Placas negras leves, auto-ajustáveis. Infelizmente, com os temas de Loth, mas eu poderia corrigi-los. Troquei minha parte do tesouro por aquela poderosa vestimenta. E até que fico bem de preto, modéstia à parte.

 Optamos pela saída da caichoeira. contornamos pela superfície até regressarmos a Shadowdale. Um par de guardinhas tentou nos parar... foi tétrico. Dois guardinhas contra quarenta anões, e comigo dentre eles...

... Mas ainda estávamos sob contrato. E não queríamos o mal à cidade. Fomos incrivelmente longe na exploração, conquistamos ima informação tática dos Drows sob a terra, e resgatamos valiosos anões de Tethyamar. Com o adiantamento de nossa parte da missão, os meus companheiros foram tratar de negócios... Eu fui tentar mais uma vez a audiência com Elminster, mesmo com a má impressão que tive ...

 Muitos riram de mim... Mas quando o emissário de Lorde Morningrim mandou chamar-me, todos ficaram estáticos. Pedi que alguém fosse comigo - conheço muitas histórias da pessoa que falou a coisa errada para a pessoa errada e ... entende, né? - Mas todos tremeram. Mas uma vez indo, todos os lambe-botas sem fibra me acompanharam.

 O Mago das Sombras parecia mais calmo agora. Sentado com seu grande cachimbo, tentando manter-se em silêncio. O regente de Shadowdale foi quem encabeçou a conversa. Soubemos poe eles que Zentarins aliaram-se a forças sinistras do deserto e que em uma semana estariam chegando. Tomaram ciência de que sou o Senhor do Martelo de Vorbyx, mas estavam com as mãos atadas.

 Congratularam-nos pelos feitos no subterrâneo. Mas não souberam nada sobre Kurastan. Nesse momento, Lyna surtou como Elminster não saberia de algo assim, e por que o Escolhido de Mystra não tomava providências.

 Acho que li uma vez a resposta. O arquimago foi paciente para não repeti-la... E paciente para não transformá-la em salamandra. Engraçado é que eu temia que falasse algo inapropriado...

Nyn pediu para ter uma consulta particular com Elminster sobre Richard...

... Ou Richard.
... Não falei quem é Richard?

Oh, rapaz... essa vai ser boa!

Ah, não sei se conto. É constrangedor aos envolvidos e... Ah, quem estou tentando enganar?

Nyn era perseguido por Rikka ha semanas, algo sobre uma "cura" que ele deveria estar procurando, lembra? E que ela volta-e-meia desaparecia?

Ao que pude entender, ouvindo pela porta do salão, O elfo fez algo muito errado, e agora, sempre que o sol nasce, ela se transforma num rapaz chamado Richard. Por isso ela aparecia e sumia. Elminster deu um "parecer" sobre o problema e a possível solução... Eu não entendi nada, mas parecia mais complicado do que dar um banho em Lathar, o Sujo!

Ah, e eu achando que Solomon tinha problemas...

... Se perguntarem ao senhor, mestre Castelão, Não ouviu isso de mim!

 Estava inclinado a viajar para Covir com os anões resgatados, apresentar armas aos Herdeiros Tasster e Teszter... Mas está muito cedo para a Guerra de reconquista. O caminho é muito longo, e na direção oposta aos portais de Vorbyx e às minhas missões procrastinadas. Rikka mencionou que emanações... Bem, não vou nem tentar fingir que entendi o que ela falou, mas tem a ver com a cura. Estaria em Myth Drannor, a mesma cidade dos pesadelos de Solomon, e meio-caminho de volta a Hillsfar. Rir encheu o saco do paladino, e viu em mim um guerreiro mais digo a seguir.

Fazer o que? Gnomos são sábios!

Em dois dias, partiremos na direção da cidade demoniada. Com alguma sorte, seremos emboscados por elfos negro no caminho. Aprendi algumas coisas nesse intervalo de descanso que quero testar neles. 

Segue, além da carta anterior, cópia do mapa feito por Nyn do subterrâneo, para que sua sabedoria pondere melhor destinação da informação.

Seu orgulhoso servo,

Tholen Hammertower, Flagelo de Vorbyx e exterminador de Drows.

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