segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Carta 017

23 de Elesias

Tumba de Rotilion, cemitério de Myth Dranor. Destino Mestre Castelão do Forte das Armas, Cordilheira da Espada

Caro mestre Castelão.

Este cemitério maluco e randômico é extremamente cheio e confuso. Isso quase me custou a vida, embora tenha custado a vida de um do s meus novos companheiros, e também custou a masculinidade de outro...

… Não dos elfos. Creio que o navio lá já zarpou.


Como eu disse na carta anterior, estava tentando matar o tédio enquanto Nyn escrutinava as alcovas atrás de documentos. Por um instante quase desejei que a armada da Ordem do Dragão tivesse acesso à cripta. Poderia usar o exercício...

… Foi quando um barulho foi ouvido. Era um humano esticado tentando se esgueirar por uma das portas. Alegava ter acabado de chegar por um portal que desapareceu assim que ele cruzou, e vir da Cordilheira da Espada...

Seu nome, Gatz. Talvez o senhor saiba algo, já que geograficamente está mais próximo... Mas como só poderei enviar estas cartas quando alcançar civilização, temo que até a resposta chegar não fará mais diferença.

Além do mais, o “axioma de Tholen” - como o jovem Dingo Foreingi batizou – está em vigor com nosso novo intruso: Eu definitivamente não gosto dele. Mas ele deu muita razão...

Mas já que ele não me deu motivo para parti-lo em dois e os elfos conversavam animadamente, permiti a presença dele. Nyn e Faylar precisavam de um bichinho depois que sacrificamos Humano...

Descemos os corredores além da porta. Desbocou em uma “galeria de arte”, cheia de quadros e coisa e tal. Enfim, no meio dos quadros achamos uma estátua... Esta não nos atacou. Consideravelmente, a média de estátuas atacando é só de 1 em cada 2... Bastante baixo.

Trazia em sua base, em diversos idiomas (diversos mesmo!) os títulos do senhor da cova: "Rothilion, mestre dos magos, grande juiz, defensor de Myth Drannos, mestre artesão, mestre linguista, pai orgulhoso e amante latino. Ele ralou para que Myth Drannor prosperasse"... Ou algo assim. Tem se ser muito prepotente para se dar tantos títulos... E quem fala isso sou eu, Tholen da Torre do martelo,exterminador de drows, Defensor Anão, Flagelo de Vorbyx, de Corvem, de Johan, ex-anão-rato, Vingador de Freedale, libertador de Galath, e incômodo de Elminster.

Seguimos explorando. De uma galeria, entramos em biblioteca... Bibliotecas, para ser mais rpeciso. Em um cômodo, todo o trabalho jurídico que fez em Myth Drannor, desde encontrar o espírito das leis (parece coisa de quests, com fantasmas!) a “separação consensual em cartório quando o casal não possuem filhos menores, tornando desnecessário a manifestação do Ministério Público, com ressalvas a fraudes caso a cônjuge varoa seja claramente hiposuficiente”... Eu anotei esta única frase para noites de insônia.

A segunda, obras de linguística e … Mais auto-promoção.

Enfim, só sobrou um último aposento mais distante, com uma porta pesada. Deveria ser a maldita da câmera mortuária do Rothilion – exceto se erramos uma curva e entramos no seu museu. Bem, acertamos em cheio... Lá estava a alcova, o mausoléu, o caixão, o morto, e uma criatura prestes a nos atacar.

Lembrava um Devorador de Mentes... Mas sua pelçe era ressecada e seu aspecto podre indicava que era um morto-vivo. “devorador de mentes zumbi?” - o senhor pensaria? Bem, com certeza EU pensei isso...

“Saiam da minha frente e me deixem passar! Ou sofram as consequências!” - ele exclamou.

Claro que eu iria obedecer a tal criatura, não, meu senhor?

Estou brincando.

Gats já estava no interior da câmera, e os elfos estavam espalhados pelo corredor atrás de mim Finquei meus pés no chão e conclamei a força de meus ancestrais... Nada passaria por mim sem minha autorização... e o tentaculudo Não A TINHA!

A estratégia era simples: O grandalhão faria a besta correr pela câmera, e para fugir, teria de passar por mim. Com a postura de guerra, teria uma grata surpresa. Se o inimigo fosse esperto e me evitasse, ainda tinha as luvas do Arremesso e meu equipamento.

Pena que as criaturas que estamos tentando matar nem sempre colaboram conosco.

Primeiro,. Ele soltou uma bufa mágica em cima de nos. Ainda estou cheirando àquela catinga... Nós, anões, acostumados a caçar trogloditas nas montanhas não nos abalamos com tal coisa... Mas os humanos e elfos ficaram arruinados. Isso também me tirou a visibilidade. Só podia esperar para massacrar quem chegasse muito perto...

… Só que quem fez tal coisa foi um lobo enorme, com chifres infernais. Que viesse me pegar, aquela besta... Estava tão cega quanto eu. Eu triunfaria...

… Mas o pequeno Nyn estava nos arredores e fora do fedor. Lançou uma magia de dispersão, tanto o lobo quanto a nuvem de fedor desapareceram. Foi quando o tentaculudo soltou a primeira bola de fogo. As chamas voaram por todas as direções. Eu sei que Tholen não iria sair de lá... Mas atrás de mim ouvi os gritos de dor do ninja, do Vladmyr e de Nyn.

Nyn recuou para se curar, enquanto o tolo do monstro usava de mais artimanhas mágicas para me tirar do caminho. Pobre coitado... Quando Nyn se reestabeleceu, lançou uma aura de silêncio, acabando com a magia da fera. Agora, era só martelar....

… Mas foi quando o maldito ninja resolveu aparecer. Lançou uma bomba de fumaça na minha cara pensando em surpreender o inimigo... Acabou me tirando a possibilidade de lançar meus martelos. E pelo que soube depois, sequer acertou o desgraçado.

Gats e seus sete metros de altura sentiu sua coragem se esvair e tentou fugir e nos arrastar. O desgraçado estava atrapalhando minha peleja, então joguei ele no chão (humanos só tem tamanho mesmo). Ainda não tinha alvo claro, e o humano parecia descontrolado, foi apelar para Faelar para que desistíssemos.

Foi quando a segunda bola de fogo do maldito nos acertou. Nyn estava protegido, mas Vladmyr que ficou zanzando atrás de mim sem entrar e sem tomar postura foi carbonizado.

O fato era: Fora Nyn, nenhum deles estava me ajudando... Pelo contrário: pareciam colaborar com o desgraçado. Eu aguentaria tudo o que o cretino mandasse, mas sempre que algo explodia na minha poderosa constituição, um dos tapados ao meu redor se queimava. Sem ter como garantir a vida dos outros, optei por uma trégua honrada... Certifiquei-me que aquela aberração maluca só queria ir embora e sem levar nada que colaborasse com a Ordem do Dragão em seus planos de criar um “deus-dragão-lich”. Daí, e só daí, dei passagem livre.

Posteriormente, Nyn teve o único vislumbre da criatura contra quem batalhávamos... E alegou que era ele mesmo um Lich devorador-de-mentes! Foi meio que um baque. Mas isso explicou como ele teve poder para abrir os portões selados.

Meu grupo peitou um combo de duas criaturas terríveis e só morreu um! Estou orgulhoso desse feito! E se considerar que o ninja só me atrapalhou, Vladmyr ficou andnado por aí até morrer e Gats queria fugir antes de sequer tentar lutar, foi eu e Nyn contra a besta!

No mais, identificar itens encontrados, achar mais uma página do livro verde maluco (já devia ter terminado, não é?) E como não sabemos ressuscitar ninguém e nem conhecíamos Vladmyr tão bem assim, colocamos ele no túmulo do Rothilion. Se impediu que um Lich extraplanar pulasse fora da toca, iria impedir que o desgraçado voltasse como um morto-vivo ou coisa pior.

Achamos mais uma runa que nem aquela das estrelas, mas esta tinha um sol. Junto com ela, um pergaminho com a palavra de comando. Ao menos agora facilitaram minha vida.Por mim, pegaríamos a passagem secreta de Lyssinger até a cidade. Com nossas runas em nosso poder, os Dragões seriam incapazes de abrir as tumbas-chave e concluir o ritual. Mas ser esperto não é característica racial dos elfos e humanos. Eles decidiram olhar MAIS criptas. E uma de um sujeito que ficou louco e paranóico foi a escolha. Se esses desgraçados que morrem se enchem de armadilhas naturalmente, imagina o paranóico? Aposto que vai ter um buraco com espinhos e estátuas vivas cospidoras de fogo!

Tholen da Torre do Martelo, Flagelo de Vorbyx e sobrevivente do Lich-devorador-de-mentes
Vladmyr. Deu a vida por nós, e nós deixamos o monstro fugir.
 

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