23 de Elesias
Tumba de Rotilion, cemitério de Myth Dranor. Destino Mestre Castelão do Forte das Armas, Cordilheira da Espada
Caro mestre Castelão.
Este cemitério maluco
e randômico é extremamente cheio e confuso. Isso quase me custou a
vida, embora tenha custado a vida de um do s meus novos companheiros,
e também custou a masculinidade de outro...
… Não dos elfos.
Creio que o navio lá já zarpou.
Como eu disse na carta
anterior, estava tentando matar o tédio enquanto Nyn escrutinava as
alcovas atrás de documentos. Por um instante quase desejei que a
armada da Ordem do Dragão tivesse acesso à cripta. Poderia usar o
exercício...
… Foi quando um
barulho foi ouvido. Era um humano esticado tentando se esgueirar por
uma das portas. Alegava ter acabado de chegar por um portal que
desapareceu assim que ele cruzou, e vir da Cordilheira da Espada...
Seu nome, Gatz. Talvez
o senhor saiba algo, já que geograficamente está mais próximo...
Mas como só poderei enviar estas cartas quando alcançar
civilização, temo que até a resposta chegar não fará mais
diferença.
Além do mais, o
“axioma de Tholen” - como o jovem Dingo Foreingi batizou – está
em vigor com nosso novo intruso: Eu definitivamente não gosto dele.
Mas ele deu muita razão...
Mas já que ele não me
deu motivo para parti-lo em dois e os elfos conversavam animadamente,
permiti a presença dele. Nyn e Faylar precisavam de um bichinho
depois que sacrificamos Humano...
Descemos os corredores
além da porta. Desbocou em uma “galeria de arte”, cheia de
quadros e coisa e tal. Enfim, no meio dos quadros achamos uma
estátua... Esta não nos atacou. Consideravelmente, a média de
estátuas atacando é só de 1 em cada 2... Bastante baixo.
Trazia em sua base, em diversos idiomas (diversos mesmo!) os títulos
do senhor da cova: "Rothilion, mestre dos magos, grande juiz,
defensor de Myth Drannos, mestre artesão, mestre linguista, pai
orgulhoso e amante latino. Ele ralou para que Myth Drannor
prosperasse"... Ou algo assim. Tem se ser muito prepotente para
se dar tantos títulos... E quem fala isso sou eu, Tholen da Torre do
martelo,exterminador de drows, Defensor Anão, Flagelo de Vorbyx, de
Corvem, de Johan, ex-anão-rato, Vingador de Freedale, libertador de
Galath, e incômodo de Elminster.
Seguimos explorando. De
uma galeria, entramos em biblioteca... Bibliotecas, para ser mais
rpeciso. Em um cômodo, todo o trabalho jurídico que fez em Myth
Drannor, desde encontrar o espírito das leis (parece coisa de
quests, com fantasmas!) a “separação consensual em cartório
quando o casal não possuem filhos menores, tornando desnecessário a
manifestação do Ministério Público, com ressalvas a fraudes caso
a cônjuge varoa seja claramente hiposuficiente”... Eu anotei esta
única frase para noites de insônia.
A segunda, obras de
linguística e … Mais auto-promoção.
Enfim, só sobrou um
último aposento mais distante, com uma porta pesada. Deveria ser a
maldita da câmera mortuária do Rothilion – exceto se erramos uma
curva e entramos no seu museu. Bem, acertamos em cheio... Lá estava
a alcova, o mausoléu, o caixão, o morto, e uma criatura prestes a
nos atacar.
Lembrava um Devorador
de Mentes... Mas sua pelçe era ressecada e seu aspecto podre
indicava que era um morto-vivo. “devorador de mentes zumbi?” - o
senhor pensaria? Bem, com certeza EU pensei isso...
“Saiam da minha
frente e me deixem passar! Ou sofram as consequências!” - ele
exclamou.
Claro que eu iria
obedecer a tal criatura, não, meu senhor?
Estou brincando.
Gats já estava no
interior da câmera, e os elfos estavam espalhados pelo corredor
atrás de mim Finquei meus pés no chão e conclamei a força de meus
ancestrais... Nada passaria por mim sem minha autorização... e o
tentaculudo Não A TINHA!
A estratégia era
simples: O grandalhão faria a besta correr pela câmera, e para
fugir, teria de passar por mim. Com a postura de guerra, teria uma
grata surpresa. Se o inimigo fosse esperto e me evitasse, ainda tinha
as luvas do Arremesso e meu equipamento.
Pena que as criaturas
que estamos tentando matar nem sempre colaboram conosco.
Primeiro,. Ele soltou
uma bufa mágica em cima de nos. Ainda estou cheirando àquela
catinga... Nós, anões, acostumados a caçar trogloditas nas
montanhas não nos abalamos com tal coisa... Mas os humanos e elfos
ficaram arruinados. Isso também me tirou a visibilidade. Só podia
esperar para massacrar quem chegasse muito perto...
… Só que quem fez
tal coisa foi um lobo enorme, com chifres infernais. Que viesse me
pegar, aquela besta... Estava tão cega quanto eu. Eu triunfaria...
… Mas o pequeno Nyn
estava nos arredores e fora do fedor. Lançou uma magia de dispersão,
tanto o lobo quanto a nuvem de fedor desapareceram. Foi quando o
tentaculudo soltou a primeira bola de fogo. As chamas voaram por
todas as direções. Eu sei que Tholen não iria sair de lá... Mas
atrás de mim ouvi os gritos de dor do ninja, do Vladmyr e de Nyn.
Nyn recuou para se
curar, enquanto o tolo do monstro usava de mais artimanhas mágicas
para me tirar do caminho. Pobre coitado... Quando Nyn se
reestabeleceu, lançou uma aura de silêncio, acabando com a magia da
fera. Agora, era só martelar....
… Mas foi quando o
maldito ninja resolveu aparecer. Lançou uma bomba de fumaça na
minha cara pensando em surpreender o inimigo... Acabou me tirando a
possibilidade de lançar meus martelos. E pelo que soube depois,
sequer acertou o desgraçado.
Gats e seus sete metros
de altura sentiu sua coragem se esvair e tentou fugir e nos arrastar.
O desgraçado estava atrapalhando minha peleja, então joguei ele no
chão (humanos só tem tamanho mesmo). Ainda não tinha alvo claro, e
o humano parecia descontrolado, foi apelar para Faelar para que
desistíssemos.
Foi quando a segunda
bola de fogo do maldito nos acertou. Nyn estava protegido, mas
Vladmyr que ficou zanzando atrás de mim sem entrar e sem tomar
postura foi carbonizado.
O fato era: Fora Nyn,
nenhum deles estava me ajudando... Pelo contrário: pareciam
colaborar com o desgraçado. Eu aguentaria tudo o que o cretino
mandasse, mas sempre que algo explodia na minha poderosa
constituição, um dos tapados ao meu redor se queimava. Sem ter como
garantir a vida dos outros, optei por uma trégua honrada...
Certifiquei-me que aquela aberração maluca só queria ir embora e
sem levar nada que colaborasse com a Ordem do Dragão em seus planos
de criar um “deus-dragão-lich”. Daí, e só daí, dei passagem
livre.
Posteriormente, Nyn
teve o único vislumbre da criatura contra quem batalhávamos... E
alegou que era ele mesmo um Lich devorador-de-mentes! Foi meio que um
baque. Mas isso explicou como ele teve poder para abrir os portões
selados.
Meu grupo peitou um
combo de duas criaturas terríveis e só morreu um! Estou orgulhoso
desse feito! E se considerar que o ninja só me atrapalhou, Vladmyr
ficou andnado por aí até morrer e Gats queria fugir antes de sequer
tentar lutar, foi eu e Nyn contra a besta!
No mais, identificar
itens encontrados, achar mais uma página do livro verde maluco (já
devia ter terminado, não é?) E como não sabemos ressuscitar
ninguém e nem conhecíamos Vladmyr tão bem assim, colocamos ele no
túmulo do Rothilion. Se impediu que um Lich extraplanar pulasse fora
da toca, iria impedir que o desgraçado voltasse como um morto-vivo
ou coisa pior.
Achamos mais uma runa
que nem aquela das estrelas, mas esta tinha um sol. Junto com ela, um
pergaminho com a palavra de comando. Ao menos agora facilitaram minha
vida.Por mim, pegaríamos a passagem secreta de Lyssinger até a
cidade. Com nossas runas em nosso poder, os Dragões seriam incapazes
de abrir as tumbas-chave e concluir o ritual. Mas ser esperto não é
característica racial dos elfos e humanos. Eles decidiram olhar MAIS
criptas. E uma de um sujeito que ficou louco e paranóico foi a
escolha. Se esses desgraçados que morrem se enchem de armadilhas
naturalmente, imagina o paranóico? Aposto que vai ter um buraco com
espinhos e estátuas vivas cospidoras de fogo!
Tholen da Torre do
Martelo, Flagelo de Vorbyx e sobrevivente do Lich-devorador-de-mentes
Vladmyr. Deu a vida por nós, e nós deixamos o monstro fugir. |
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