quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Carta 001

Mar da Lua - Norte
18 de Flamerule de 1372

Courrier do Porto do Mar da Lua, destino Mestre Castelão do Forte das Armas, Torre do Machado.

Caro Mestre Castelão:

escrevo para informar a chegada satisfatoriamente bem à região do Mar da Lua. Conforme o recomendado, devo me estabelecer, juntar informações e armar-me antes de partir em busca do nosso tesouro ancestral.

Encontrei uns primeiros na viagem, mas muitos elfos. A única humana tinha olhos amendoados como os elfos. Ao menos tem mais bravura que os da raça altiva, e isso infelizmente a custou uma noite de recuperação a venenos.

Um dos elfos, fêmea (eu acho) usa arte arcana. Chama-se "Lyna"... Só tenho o vocal para tentar decifrar seu nome. Sua motivação e ambição é ainda maior do que o padrão da raça dos orelhudos. Fala que "viajo em busca de poder"... Como se nós todos almejássemos ser filhotinhos na barra da saia da mãe.

O outro, macho (clama ele) chama-se Nyn. alega ser um clérigo. Mas não como o meu tio Grotar Martelo Sagrado. Nem armadura ele usa. e vive com as mãos ocupadas com papiros. Alega ser um sábio em várias cadeiras... E já promoveu pequenas magias de cura.

Na chegada, trabalhei pela primeira vez com um humano "normal". Não fiquei impressionado. Era uma moça chamada Forjia, e complementou algumas flatas de talentos no grupo. Mas saber ser menos barulhento que eu não é lá um grande feito.

A cidade é nojenta. Suas leis perniciosas e sua sociedade traiçoeira me incomoda mais que a sua poluição. Mas uma vez meu irmão me disse que nada me agrada. Bem, nunca gostei muito dele também. No caso da cidade, vi camaradas anões sendo escravizados e negociados como semoventes. Minhas mãos estavam atadas pelas leis locais, mas tive minha desforra mais tarde.

Fomos procurados por um outro humano na estalagem "O Quebra Mar". Também não me pareceu grande coisa, mas ele mencionou que as leis que permitiam escravidão tinham limites, e alguns piratas e bandidos tentaram contornar.

Eu podia descer o martelo em alguém enfim... O nome era Corven.

Serviu para ver os elfos em ação. O Nyn mostrou-se a princípio pouco útil na nossa primeira manobra - investigar um dos locais que fariam a transação dos prisioneiros. Ele não podia nem mentir convincentemente - ou mentir de qualquer forma, não soube bem. Já a Lyna parecia bem versada nisso. Creio que chegou a ter mais divertimento em seu papel do que deveria.

Não que os humanos que cuidavam do antro precisassem de tanto esmero. Os imbecis tinham uma grande passagem ligando seu ponto de escoamento ao local de prisioneiros, mas sequer limpavam os pés imundos. Bastava voltar quando tudo estivesse calmo e seguir a lama.

Nisso, para fazermos o elfo Nyn ser útil, mandamos ele verificar a região. Não só ele não conseguiu ver nada, como foi avistado e ainda trouxe a Forjia (que comentei ha pouco) para o grupo.

Acabou sendo útil. Mas lá fomos nós, escuridão adentro, e sabe que tanto elfos como humanos são quase cegos sem uma luz. Mais uma vez a incompetência dos humanos que deveriam guardar a entrada da passagem foi vital. Um senhor de castelo mais zeloso teria limpado a lama do chão. Um vigia mais atento não roncaria como as ondas chocando-se contra fiordes.

Na incursão, encontramos parte dos escravos e alguns guardas. Nessa que Soi - a humana com olhos amendoados - foi ferida. Na verdade, antes, por causa de uma cobrinha. Massacramos filhotes de orcs com humanos e alguns cães loucos que jogaram contra nós. Depois, os supostos chefes humanos. Deixamos um vivo por pedir clemência, e tomei um dos cães para mim.

Estou pensando em chamá-lo de "Humano". Não de elfo, porque cães ao menos são leais.

Parece que o trabalho que fizemos ao Homem d'"O Quebra Mar" vai ter repercussão. Escreverei amanhã.

Tholen, Filho de Bufir, Hammertower.

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