quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Carta 006

Solomon Winchester
e sua espingarda
2º de Eleasias - Festa dos Escudos

Ao portador, destino Mestre Castelão do Forte das Armas.

Sagrado mestre, que os clérigos de Moradim da Torre da Maça acendam uma vela por mim.

Como dito na carta anterior, que provavelmente chegará antes desta, encontrava-me na Árvore Élfica mais os companheiros elfos e humano. E Humano, o cão. E árvore Élfica é um vilarejo, não uma árvore. 

Agora vejo os problemas gramaticais por chamar um cão de "Humano". 

Mas a vela é para que o Poderoso Forrajeador proteja minha alma. Eu lutaria e morreria seguindo seus princípios, mas a possibilidade negra que paira sobre mim é por demais sinistra.

Passo a narrar: Estamos em feriados colados, e participamos das celebrações. Devo dizer que os Harpistas são fofoqueiros mais competentes que as velhas viúvas da Torre da Bigorna. Fomos reconhecidos deste lado do oceano, em meros seis sois desde a última vez que estivemos em terras civilizadas. 
Caçamos javalis, negociamos equipamento...
... Ah, e esbarramos em uma toca de gnomo escondida. Duas horas pela trilha sul-sudeste da Árvore Élfica, busque região de troncos caídos próximos a uma lagoa em que javalis pastoreiam. A toca estará a 27 passadas ao leste da lagoa. Eu derrubei um barro bem em cima, qualquer farejador o encontra.

Os elfos juraram não revelar aquela localização. Eu não jurei nada. Aquela porcaria de túnel malfeito de gnomo prendeu minha perna na hora de enfrentar javalis. Alguém poderia ter se machucado.

Bem, com o gnomo, Solomon Winchester conseguiu uma arma de pólvora. Ele veio cantando no caminho de volta à árvore élfica: 

♪Carry on my wayward son / ♫There'll be peace when you are done / ♪Lay your weary head to rest / ♫Don't you cry no more

Bonita música. Deve ter algum significado para ele. Mencionou o Bardo "Kansas".

Bem, descobrimos algumas coisas. E ainda quase esbarramos no Mago do Vale das Sombras. A princípio, fortes indícios diziam que na cidade de Hillsfar estaria informações da localização do posto de teleporte de Vorbyx no sul do mar, se não o próprio.

Solomon Winchester conseguiu uma águia para acompanhá-lo. Ele a batizou de "Falcão". Ele fez alguma gracinha sobre eu chamar o cão de "Humano"... Será que ele queria ofender à raça dos falcões?

Eu Sugeri nomes melhores. "Asa"... Apropriado, não? Ou "Durvalino". Ou até mesmo "Sam" ou "Dean".

♫Don't you cry no more♫ - essa música fica na cabeça!

Hillsfar é uma cidade intolerante aos não-humanos. Era coisa de se esperar de humanos. Preconceitos humanos. Todos fracotes e molengas supersticiosos.

No caminho, outros que sabiam de nossa fama se encontraram conosco. Uma viúva com nome de homem alegou nos conhecer por Fórjia, a "Mãos de manteiga" que nos emprestou seus talentos ladinos na nossa primeira noite em Melveault. Ela buscava uma espada de seus ancestrais, Calathangas - nome que dificilmente vou esquecer.

Partimos em busca da tumba assombrada onde a espada repousava. mas antes: esbarramos num UNICÓRNIO! Que bicho bonito! Todo branquinho! Até falar ele falava! Deu-me a ilusão que ainda havia bondade e esperança naquela floresta sombria.

Essa mancha na carta é de cerveja. Não lágrima, meu bom mestre.

Voltando a ser objetivo: A tumba tinha rosto de rato em alto-relevo na porta. Mas nosso sábio Nyn não se lembrou de nada relativo àquilo. Eu deveria suspeitar que foi o estresse da criança humana com vara de bola de fogo que sacodiu a Árvore Élfica na nossa ocasião de partida. Algo como ele ter passado doença a alguém ou ela ser rica. Nem sei porque eu não chutei aquela barulhenta pirralha para longe. Deve ser a influência... Elfos frescos, humanos crédulos, unicórnios...

Bem, arrombamos a tumba com todo o respeito possível. Crente que essa cripta seria assombrada, eu me adiantei à ameaça maior, empunhando o MARTELO DE VORBYX. Os três patetas ficaram no corredor. Lá, fizeram uma algazarra, e disseram que uma aparição apareceu e atacou... Mas eu não vi nada. Deveria ser pegadinha.

Tomei para mim a arma, e fomos embora. Reparei apenas que mais cabeças de ratos entalhados estavam espalhadas no caixão. Novamente indaguei.

Eu senti um breve formigamento na mão quando deixávamos o lugar amaldiçoado. Winchester tocou a arma e sentiu igual efeito. O "bravo" Nyn tinha um pergaminho para descobrir os males daquela arma, mas não ousava tocálo. Coube á elfa Lynaa fazer a leitura... E ainda assim, Nyn estava receoso e tentou não permitir a análise. Nada que um martelo na nuca não desencoraje.

Lynaa descobriu então o segredo sinistro de Calathangas. Era uma arma de poder negro, que arriscava provocar licantropoa a quem tocasse nela, ou fosse ferido por seu aço maldito. Também possuia poderes de conjurar ratazanas. E outros poderes ligados ao imundo animal rato. 

E eu toquei nessa porcaria do inferno!

Nós como povo somos vigorosos e resistentes, forjados por Moradim a triunfarmos sobre o arcano... Mas a incerteza muito incomoda. Mudamos nosso destino de volta à Árvore élfica, onde contamos com aliados, ao contrário da xenofóbica Hillsfar, e da suspeita viúva que almeja se apoderar da lâmina do rato. 

Confio no poderoso forjador que não permitirá que eu passe pela humilhação indigna de me tornar um rato. Não sem ao menos concluir minha jornada.

Tholen, Flagelo de Corvem, Voirbyx e Johan.

♪Carry on my wayward son♫

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