quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Carta 009

8 de Elesias

Courrier de Glen, destino Mestre Castelão do Forte das Armas, Cordilheira da Espada

Saudações Mestre Castelão:
Eu ando reclamando da influência de andar com elfos e humanos. Desta vez eu devo confessar que foi para o bem. Eu estou lutando com maior inteligência, e tomando atitudes que em minha juventude - até parece que foram séculos atrás - eu não tomariam. E tais atitudes, o combate inteligente e tático, me tornou um guerreiro mais valoroso para quando Moradin me chamar a sua fornalha. E devo isso aos elfos e humanos que andam comigo.

Porque os desgraçados são tão burros que eu tive de ser duas vezes mais inteligente para compensar.


Como falei na carta anterior, decidimos investigar a fortaleza de Galath. Partimos esta manhã ainda esperando que Tarlok e Lyna chegassem, mas isso não se deu. Conforme falamos, havia forte razão para crermos que era uma fortaleza inundada. Por isso optamos por levar apenas o básico. Comprei uma gema que tirava o peso da minha plata na água.

A floresta voltou ao horizonte no fim da manhã, e alcançamos o platô no qual a fortaleza em ruínas se erguia. E então, tivemos nosso primeiro problema: Desde a primeira noite que o choroso Solomon se juntou ao grupo com seus pesadelos, acreditei que era mais um louco que viu alguma criatura mais estranha que o normal e passou a acreditar sendo caçado por demônios. Mas hoje, sentimos um chamado sinistro, como se um uivo vindo do abismo dissesse um nome: Solomon.

Dois cães de chamas infernais apareceram em seguida, materializados para nos das entranhas do inferno, que Moradin martele meu crânio se exagero em qualquer aspecto a aparição. As bestas sulfurosas sopraram de seu hálito demoníaco sobre nós. E uma batalha ferrenha ocorreu. Mas a fenda de chamas nos subestimou. As crias de chamas foram aniquiladas pelo poder de meu martelo de gelo e do auxílio dos céus negociados por Nyn.

Mas como disse: Isso ainda não era a ameaça da Fortaleza de Galath. E nem sei bem se há salvação para o nosso companheiro caçador. Pensamos em confrontar as forças infernalistas da região, mas ele recusou veementemente!

Galath em seu primor era uma fortaleza pequena e nada impressionante. Os séculos de abandono mostrou sua qualidade inferior, e hoje, apenas o vulto de um casebre de pedras ergia sobre o solo. Paredes vazadas e estruturas sem teto, com a natureza clamando de volta seu território.

Ela não estava deserta, como constatamos. Encontramos soldados Zentarins naqueles meandros. Eram em seis ou sete inicialmente. E mesmo sem revelarmos o quanto éramos poderosos, eles davam aspecto de sua covardia inata. Não que depois da meretriz-rato eu acreditasse em qualquer um das terras do sul do mar da lua alegremente, mas eles eram particularmente maus mentirosos.

Mas seu estratagema deu sucesso. Outros no fundo do forte perceberam a comoção e juntaram-se a eles, totalizando quinze. haviam humanos e meio-orcs em formação contra nós três. E lembrando que nosso protegido Nyn não provocaria mal a nenhum inimigo nem se realmente pudesse.

Mas como falei, estava mais inteligente depois que aprendemos nossa lição. Recuamos para as muralhas intermediárias da fortaleza, onde o grande número de inimigos não faria diferença. Agora, eram dois contra dois por vez, e deste lado está um filho de Dol'oam. Tholen da Torre do Martelo.

Com um bater de pés, eu destruí a marcha deles, e dividi nossos inimigos. Com Solomon e a espada energizada pelo sangue na tumba de Vorbix, nos tornamos uma muralha intransponível. Dois a dois os vilões eram destruídos. Dos quinze, três restaram em instantes, e fizeram o que melhor poderiam diante de nosso poder e cérebro: correr enquanto passávamos por cima dos cadáveres sangrados de seus companheiros.

Não me frusto com isso. Do encontro, conseguimos a informação de que Forte Zentil acampou na estrada norte do Vale da Névoa. Há pelo menos um capitão dentre os invasores. Terei muito gosto de terminar o serviço no futuro.

No momento, tínhamos Galath para nos ocupar.

A ruína, em seus andares de superfície, tornou-se um lar de insetos. Um formigueiro de formigas gigantes, um ninho de besouros cuspidores de ácido, e um vespeiro de larvas voadoras e sanguessugas. Nos rendeu uma Amora das trevas, ferramentas de artesanato de boa qualidade, e um pequeno companheiro.

Roçal - novamente, não sei como escreve - estava empoleirado no topo de um carvalho que denunciava os anos de abandono da ruína. Atirava bolotas e gostava de jogos. Ele era um pequenino dragão alado com um ferrão de sono. Ele era inteligente o suficiente para falar, mas não muito mais que isso. Não que possa reclamar. De qualquer forma, ele era um ser inteligente e inofensivo. Não achamos necessário matá-lo. Outrora, Humano - o cão - foi atiçado contra minha carne, e dias depois ele matou um lobo atroz que queria minhas entranhas. Não descarto chegar o dia que o pequeno sirva ao menos como mensageiro.

Tomamos o subterrâneo. Aquele que deveria ser alagado e que os moradores originais seriam de natureza lacustre - marítima, talvez.

Se tinha seis metros de diâmetro, era muito. Se alcançasse o meu tornozelo, seria maré cheia. Nossa precaução pelo desafio subaquático não passou de boatos, ou informação tão defasada que a água original voltou para os céus.

Sobre os moradores? Encontramos com ele. A voz fantasmagórica de Galath, que exigia a cabeça da fera - Roçal? - e que seu grande poder iria nos destruir.

Se pesasse o mesmo que eu defeco quando como do Goulach dos festivais de inverno, ele estava levando pedras consigo. Era minúsculo homenzinho alado das águas. Este, desagradável e fedorento. Uma vez descoberto, decidiu mudar de poça. Sim, deixamos outro ser da ruína vivo. Mas nossa missão não exigia genocídio.

Abaixo da fortaleza, uma longa caverna natural foi aproveitada. Encontramos uma passagem secreta para o lado de fora que outrora deve ter salvo a vida de Galath... Ou o condenado. Encontramos a base do formigueiro, e destruímos seus moradores. Vale a menção do desempenho de Solomon Winchester, matador competente e rápido das aberrações. Doravante chamado de O Tamanduá. E não como desprestígio.

Encontramos um pequeno tesouro também, no que outrora foi uma adega antiga. Infelizmente não havia mais álcool - que após cem anos deveria estar num pondo apetitoso. Tivemos de nos contentar com milhares de peças de ouro e cobre, mais uma espada mágica sembiana. Provavelmente dos Corvos Prateados que mencionei anteriormente.

Mas deixamos para o final uma pequena selva de vinhas. O lago que encontramos escorria por um córrego - mais um chão úmido, mas vai lá - e as estalactites e estalagmites formavam um emaranhado tenebroso. Vislumbrávamos uma das vítimas de uma possível armadilha, um esqueleto desgastado com vestes vermelhas, amaranhados à estrutura.

Com nosso zelo, as criaturas perceberam que não cairíamos na armadilha, e então se levantaram. Três gigantescas aberrações de vinhas marcharam sobre nós. Com seu tamanho, guiamos a luta para um corredor mais estreito, tal qual fizemos contra os Zentarin. mas agora enfrentávamos uma poderosíssima forma de vida vegetal.

 Logo, superior aos Zentarins em tamanho, força e cérebro.

Solomon foi arrastado para um abraço destruidor. Por longos segundos ele viu seus ossos serem espremidos e nosso Tamanduá perdeu o controle de suas funções biológicas intestinais. Com as curas oportunas de Nyn e minha presença salvadora, ele conseguiu se desvencilhar exausto e ferido. Por minha lealdade, acabei sendo tragado pela planta para substituir nosso calçador humano... Mas agora a besta enfrentava agora o Flagelo de Vorbix. Eu não lutava por minha liberdade. Eu lutava pela destruição do meu inimigo.

Ainda haviam dois amontoados dessa mesma besta que facilmente levou um de nos à beira da morte, e estávamos lutando com soldados, infernos e insetos letais o dia inteiro. Decidimos recuar até que a raiz dos monstros não permitissem seu lento e mortal deslocamento, e a armadilha natural desistiu de nós e voltou a se armar.

Como disse, o Tholem mais novo não deixaria aquele buraco sem escrutinar cada fenda, muito menos com as vinhas ainda inteiras. Mas aprendi a usar o tempo a meu favor. Estávamos em limitados recursos, sem Nurendel, humano e falcão. Sem o Martelo de Vorbyx e as armas preferidas do Tamanduá. Nosso grupo original à metade... E ainda assim, tínhamos aniquilado 90% das ameaças, e mais uma tropa de Zentarin. Com força total, aniquilaríamos tudo lá.

Mas valia a pena mapear um pouco mais, em busca dos kobolds rastreados anteriormente. Achamos no sul - além de onde estava o formigueiro de Galath, logo, além das muralhas a serem limpas - a entrada escavada pelos vermes para ligar a fortaleza a uma tribo kobold. Dois cavaleiros - se é que pode-se chamar assim tais criaturas montadas em doninhas atrozes - mantinham a vigilância.

Aqueles diabinhos eram combatentes competentes. Usavam armaduras e lanças com amplo alcance. Investiram com considerável competência, e outro que não o Tholen de Dol'oam teria sido atropelado. Suas defesas fizeram frente a meu poder, e eles mostraram-se com mais recursos do que imaginávamos. Um deles trazia consigo explosivos de arremesso. Contas explosivas ao redor de seu pescoço, e a capacidade de jogá-las além de minha posição inabalável atingia meus aliados e a mim além dos escudos. Nyn não aguentaria muito naturalmente, e Solomon não estava em 100%. Quando uma explosão particularmente forte lascou meu escudo-torre, percebi que não poderia a contento proteger meus aliados. E para piorar tudo, nossa batalha acordou a tribo inteira. Logo, nos viríamos nadando em Kobolds uma vez que não pudemos nadar em águas.

Mas o Tholen que o senhor mandou para o Norte era outro. Mantive a posição para cobrir a fuga de meus companheiros. Uma vez com todos seguros, desci para o corredor escavado pelas patinhas de lagarto dos pequenos.

Só porque eu os odeio como tribo não quer dizer que não respeitei as sentinelas das doninhas. Mas terminaria o serviço outrora. Dei o último pisão com minhas botas mágicas. O túnel atrás de mim colapsou, vitimando bastante dos pequenos que se enxamava contra nós. Os cavaleiros das doninhas, duvido que tenha bastado para vitimá-los Mas eles passariam algumas horas recuperando o túnel, e nós voltaríamos em breve para terminar o serviço.

Escrevo esta carta numa pausa de alimentação. Glen está pouco à minha frente. Estou certo que a próxima carta será de nosso triunfo.

Saudações.

Tholen da Torre do Martelo, Flagelo de Vorbyx.

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