quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Carta 002

Harpistas
19 de Flamerule de 1372

Courrier do Porto do Melveaunt, destino Mestre Castelão do Forte das Armas, Cordilheira da Espada.

Caro Mestre Castelão:

Primeiramente, minhas condolências à senhora minha tia. Só após aportarmos soube que embora tivesse sucesso em sua missão, o meu tio sucumbiu aos ferimentos no sopé da Montanha. Os bardos já contam sua história aqui no Mar da Lua, embora uns dizem que foi a armada inimiga, enquanto outros dizem que foi a besta de barriga amarela quem fatalmente o feriu.

Minha missão agora não é tão gloriosa, mas ouso dizer igualmente nobre. Caçar o rufião que escraviza honrados seres destinados à liberdade. E alguns humanos e elfos também. Descobrimos quem era o homem que nos contratou na noite anterior. Ele alegava que seus patrocinadores chamavam-se de Harpistas, uma ordem mal-vista pelos governos corruptos por sua vontade de promover a justiça entre os pontos de luzes que são as cidades-estados desta área. Pretendo investigar mais a fundo, mas por hora, meus impulsos são condizentes aos deles.

Suspeitando que o encontro arranjado por Lyna provavelmente seria desvirtuado com nossa ação na noite anterior, com informações que Corven abandonou a cidade uma vez com o estouro de seu estabelecimento de fachada, procuramos outra pista, fornecida pelos Harpistas – sim, agora eram dois: o humano da Taverna e um meio-homem vendedor de traquitandas.

Aparentemente, os piratas se aliaram a bandidos de estrada. Por isso partimos atrás do ponto onde a ameaça costuma ocorrer. Com a intervenção dos Harpistas, juntou-se a nós dois novos companheiros – Um Paladino que não me dispus a aprender o nome, e um maltrapilho halfling que, agora que pensei bem, nunca chegou a dizer seu nome. Ao menos os elfos eram monossilábicos.

Ah, a monja continuou de resguardo. Então, um segundo homem-de-armas seria apropriado. O Meia-coisa ofereceu-se para carregar nossa indumentária, embora a viagem não fosse tão longa e ele não conseguiria aguentar sequer o peso do saco do “Humano”.

“Humano”, como deve se lembrar, é o Cachorro que estou treinando. Comprei um colete de proteção para ele. Ficou elegante. Quando as falhas em seu pelo devido aos maus-tratos dos seus mestres anteriores regenerar, será uma bela visão.

E por “saco”, falava de seu escroto.

Pois bem. Na saída da cidade já flagramos um pobre velho reclamando dos assaltantes. Aquilo era um bom sinal. O bando não fugiu para muito longe apesar de termos explodido um dos alojamentos escravocratas. Mas eles não seriam tolos de buscar confronto com um grupo grande. A melhor opção seria mandar uma isca à frente, de preferência mais ágil e rápida.

A covardia natural aos elfos e meia coisas seria o ideal. Sua necessidade de fugir deu a eles uma velocidade impressionante. Mas a mesma covardia os tornavam temerosos demais para expor-se ao mínimo perigo que era o tempo até eu partir os bandidos em pedaços. Então, fui eu a isca.

Na hora eu me convenci que era melhor. A luta correria até a mim, e não eu atrás dela. Mas agora, preparando-me para o repouso, vejo que não. Em especial o/a maga/o élfica. Seus argumentos eram muito “é melhor ir o anão porque senão poderia ser eu”.

Enfim: encontrar o bando não foi difícil. O posicionamento para um ataque mais preciso foi desafio maior que a luta em si. As crias de humanos com orcs assombrou meus companheiros na figura obtusa, mas eram de pele macia ao meu martelo de guerra. Até o mendigo meia coisa pode dar cabo de um ou dois. Um último sobrevivente nos confirmou a presença dos piratas com seu bando. Agora, um grupo maior com vantagem do terreno. Mas conseguimos triunfos vitais antes mesmo de Corven em pessoa aparecer. Em um momento de sabedoria e covardia, ele preferiu entregar-se a perder os dentes e a vida.

Resgatamos bens do pobre diabo que havia sido assaltado antes de nós, e mais algumas coisas. Lyna ficou encarregado de ver um pingente grande... [“pin gente grande”. Hah]. Era verde e obtuso. Poderia ser uma pista para nosso reino perdido. Ou o consolo da mãe dos Orcs.

Estou ácido hoje. Deve ser o barril de cerveja, outro bom espólio da luta.

Amanhã tentarei comprar uma armadura melhor. O inverno chega e pretendo estar o mais perto possível de meu futuro destino antes de ser inviável viagens por esta terra cinzenta.

Tholen Hammertower, Matador de meio-orcs.

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